30 janeiro 2007

Fim da TV

Via Luis Nassif Online:
Fim da TV

A afirmação de Bill Gates em Davos, de que em cinco anos o atual modelo de televisão irá desaparecer, não mereceu o destaque devido. Com a Internet, modelos iniciais de sites de vídeo, como o Youtube, já ganharam o mundo. Com os provedores garantindo banda larga, os portais garantindo armazenamento e organização, e os provedores podendo livremente colocar conteúdo, quem há de resistir? O trabalho em rede venceu.
Seguem links para as declarações de Bill Gates e Chad Hurley. O criador do You Tube anúnciou, também em Davos, que o sítio pretende distribuir parte das receitas com os usuários colaboradores. Pequenos criadores de conteúdo que utilizam o sítio podem assim conseguir apoio financeiro a outros projetos. Qualquer individuo com acesso a uma filmadora pode se tornar um produtor e ser remunerado com isto.

Creio que a internet ainda tem muito potencial. Um mundo virtual, algo como um Second Life sério, poderia reduzir todas as distâncias a zero. Todas as interações comerciais/trabalhistas poderiam ser feitas neste mundo virtual, deixando o mundo real apenas para as interações humanas ditas "recreacionais". Seria mais ou menos o contrário do que temos hoje.

29 janeiro 2007

Crescimento econômico é a solução?

A revista Carta Capital desta semana traz a notícia A velocidade da lesma que trata do PAC, desaceleração da queda na taxa de juros e os reflexos na economia. Destaco o seguinte trecho da matéria (grifo meu):
No mundo, o desemprego também aumentou, como mostra o recém-divulgado relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o levantamento, 195,2 milhões de pessoas estavam fora do mercado profissional em 2006 – o resultado mais elevado da série iniciada na década de 90. Outra informação importante da entidade refere-se à inversão na relação entre trabalhadores do campo e no setor de serviços. Os que se dedicam à agricultura passaram a ser minoria.

A OIT mostra ainda que, sem uma expansão apropriada da economia, não é possível melhorar a renda das pessoas. O aumento do PIB mundial não foi suficiente para tirar da pobreza 1,37 bilhão de trabalhadores (47,4% do total), que são mal remunerados. São pessoas que ganham menos de 2 dólares por dia. Os dados são preocupantes ao revelarem que um PIB maior não tem sido suficiente para gerar mais postos de trabalho e melhorar a remuneração. Ou seja, é uma tragédia que já atinge muita gente e faz vítimas também no Brasil.

Interessante analisar este trecho quando tanto se critica o baixo crescimento do PIB brasileiro. A economia mundial segue em expansão, mas isto não é suficiente para gerar empregos e aumentar a renda dos trabalhadores. Aqui ainda querem nos enfiar goela abaixo a idéia de que basta crescer para acabar com a pobreza.

O bolo já é grande o suficiente, mas ninguém aceita dividi-lo. Enquanto milhares morrem de fome, alguns poucos desfilam em seus Porsche Cayenne. Crescer para produzir mais bens totalmente inúteis apenas para justificar a constante busca por dinheiro. Basta redirecionar os esforços produtivos, consumir o necessário de maneira racional.

Mesmo com o crescimento considerado pífio as boas políticas sociais do governo Lula foram capazes de reduzir as desigualdades. Um esforço global neste sentido poderia reduzir as diferenças entre 1º e 3º mundo, extinguir a fome, suprir as necessidades básicas de todos os seres humanos. Mas enquanto alguns consideram mais importante ter um Porsche do que alimentar seu vizinho nada poderá ser feito.

25 janeiro 2007

The Perry Bible Fellowship

Dois exemplos do que se encontra no sítio de tirinhas de Nicholas Gurewitch:



Editado para caber no blogger, clique nas imagens caso a leitura esteja dificil. Elton, acho que descobri porque vc nunca publicou tirinhas.

24 janeiro 2007

Doações jornalísticas

Publicado no Blog do Mino reproduzo aqui parcialmente:

"Informações prestadas pelo doador FOLHA DA MANHÃ S/A CPF/CNPJ 60579703000148 para o(s) candidato(s) abaixo:
Valor total das receitas R$ 42.354,30
Candidato Partido - UF Data Valor Tipo
PAULO RENATO COSTA SOUZA PSDB - SP 27/10/2006 42.354,30 Recursos de pessoas jurídicas"

...

Por que a Folha fez doação a um candidato?
Por que a doação foi feita às vésperas do segundo turno, quando a campanha para deputado federal (caso de Paulo Renato) já havia sido decidida quatro semanas antes?
Quais os critérios utilizados pelo jornal na escolha de Paulo Renato?
Que garantias o jornal, tão cioso de sua independência e de sua linha pluralista, dá de que a doação não influencia o conteúdo editorial?

23 janeiro 2007

Momento de paternal orgulho

Eu procurava um link para explicar para o Bruno porque eu chamei o Marcelo Madureira de mulherzinha do Diogro Mainardi. Havia uma página aberta com uma foto do Mainardi quando apareceu meu filho de 1 ano e 8 meses. "Moço?", ele disse. E eu respondi: "Não, isso é um imbecil". E não é que ele aprendeu direitinho? Troquei de página, e ele disse: "Cadê o imbecil?" Esse menino vai longe.

19 janeiro 2007

Tortura, um meio válido de obter provas nos EUA

via Folha Online, destaques feitos por mim para os preguiçosos ou desatenciosos:
Pentágono aceitará depoimentos obtidos sob coação em Guantánamo

da Folha Online

O Pentágono decidiu nesta quinta-feira que os juízes do Exército americano poderão decidir com liberdade que provas serão aceitas contra suspeitos de terrorismo que enfrentam julgamentos nos Estados Unidos, de acordo com um novo sistema de comissões em cortes militares divulgado hoje. Poderão ser apresentados, inclusive, depoimentos obtidos por meio de "coação" ou especulação.

No novo "Manual para Comissões Militares", o Departamento de Defesa dos EUA estabeleceu regras e procedimentos requeridos para implementar a lei nas comissões habilitadas em 2006. A finalização do manual é um passo em direção ao começo dos julgamentos, que são esperados para meados de 2007.

O guia deixa em aberto parâmetros a serem seguidos no que tange à provas baseadas em especulações, em informações ouvidas por terceiros e em dados secretos. Ao contrário: os juízes conseguiram autoridade para determinar por si mesmos o que é apropriado para os julgamentos.

Julgamento justo?

O Pentágono afirmou que as novas regras estão de acordo com a Convenção de Genebra quanto ao tratamento de prisioneiros e julgamentos.

"O objetivo de todos os envolvidos na redação do manual foi o de desenhar um sistema de acordo com nossas responsabilidades sob o Artigo 3 (da Convenção de Genebra) e que ofereça julgamentos justos", disse o general Thomas Hemingway.

"Estou satisfeito com estas regras, que oferecem uma base para conduzir um julgamento justo", completou.

Em 2006, o presidente dos EUA, George W. Bush, transformou em lei uma medida que criou o sistema de comissões militares para julgar suspeitos de terrorismo. À época, o presidente afirmou que a medida ajudaria a trazer para a Justiça alguns dos responsáveis pelo ataque de 11 de setembro de 2001 contra as torres do World Trade Center em Nova York.

Regras

De acordo com as novas regras, os réus terão acesso a todas as provas apresentadas contra eles, incluindo depoimentos de testemunhas que apenas "ouviram falar" a respeito de suas atividades e informações consideradas confidenciais.

Enquanto isso, os juízes terão ampla liberdade para decidir o que será aceito no julgamento.

Ao invés de estabelecer regras mínimas para as provas a serem usadas nas comissões, o manual exige que juízes avaliam as provas caso a caso.

Confissões feitas mediante coação serão avaliadas individualmente para que os juízes avaliem sua admissão em julgamento. Os depoimentos obtidos por meio de tortura, no entanto, foram excluídos, de acordo com uma lei americana de 2005 que impede tratamento ou punição "cruel, desumano ou degradante".

Casos anteriores à promulgação desta lei poderão ser usados se assim estabelecido pelos juízes militares.

Guantánamo

Promotores militares deverão apresentar à Justiça casos contra 60 a 80 dos 395 prisioneiros da prisão de Guantánamo (em Cuba), de acordo com oficiais da Defesa.

Segundo Hemingway, não há provas suficientes para julgar o restante dos presos, que estão detidos indefinidamente.


Os Estados Unidos enfrentam críticas de todo o mundo por sua contínua detenção de prisioneiros em Guantánamo --muitos dos quais estão presos há anos sem que fossem apresentadas acusações formais contra eles.

Oficiais americanos argumentam que os presos são uma ameaça para os EUA e poderiam voltar para campos de batalha no Afeganistão ou no Iraque se liberados.

Entre os presos a serem julgados em breve estão Khalid Sheikh Mohammed e Ramzi Binalshibh, acusados de planejarem e participarem dos atentados de 11 de setembro.


Ou seja, 80 destes presos serão julgados por tribunais militares com provas obtidas por meio de coação, especulação ou torturas anteriores a 2005. Os outros 315 continuam presos, sem acusação formal, e sem que hajam provas de seus supostos crimes. Não foram obtidas provas nem com coação, especulação ou tortura anterior a 2005.

Só não sei muito bem quando uma coação começa a ser considerada tortura.

18 janeiro 2007

Arautos da ética



Da Terra Magazine:

Estatal doou R$ 500 mil a instituto de FHC
O Instituto Fernando Henrique Cardoso, ONG criada pelo ex-presidente tucano com a ajuda de grandes empresários, foi contemplado no ano passado com uma doação de R$ 500 mil de uma empresa estatal do governo paulista, que no período 2003-2006 foi comandado por Geraldo Alckmin (PSDB) e Cláudio Lembo (PFL).

O dinheiro saiu da Sabesp - então presidida por outro tucano, Dalmo Nogueira Filho - e foi direcionado para um projeto de conservação e digitalização do acervo do instituto, conhecido pela sigla iFHC.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é uma das sete empresas que, até o final do ano passado, haviam doado R$ 2.095.000,00 para o projeto de preservação e digitalização do acervo do iFHC, com incentivos fiscais da chamada Lei Rouanet - as contribuições podem ser descontadas do Imposto de Renda.

O acervo é formado por livros, fotos e obras de arte de FHC e também de sua mulher, Ruth Cardoso. Reúne não apenas itens coletados durante a passagem do tucano pela Presidência, mas também da época em que era professor e um dos líderes da oposição ao regime militar. Entre os objetos em processo de catalogação estão os presentes que FHC recebeu durante seu governo - vasos, quadros, tapetes e até capacetes de pilotos de Fórmula 1.

O projeto de preservação e digitalização do acervo está orçado em mais de R$ 8 milhões - valor que equivale a cinco vezes o orçamento anual da Biblioteca Mário de Andrade, a maior de São Paulo, com mais de 3,2 milhões de itens.

O site do iFHC afirma que a digitalização dos documentos será feita com softwares e equipamentos cedidos pela IBM e pela Sun Microsystems do Brasil, mas não faz referência à Sabesp e aos outros patrocinadores, nem detalha como serão aplicados os R$ 2 milhões já recebidos. Segundo o instituto, os logotipos dos demais doadores serão associados ao projeto quando os recursos começarem a ser gastos (leia aqui).

O Instituto Fernando Henrique Cardoso é uma espécie de "organização ex-governamental" - reúne em seu conselho deliberativo diversas estrelas dos dois mandatos presidenciais tucanos, entre eles ex-ministros como Pedro Malan (Fazenda), Luiz Carlos Bresser-Pereira (Administração) e Celso Lafer (Relações Exteriores e Desenvolvimento).

A entidade tem como fonte de inspiração as fundações mantidas por ex-presidentes norte-americanos. Mas as semelhanças são limitadas. A ONG do ex-presidente Bill Clinton, por exemplo, atua na prática: apóia e implementa programas de combate à aids, de redução do custo de medicamentos e de controle do aquecimento global, entre outros. Também administra uma biblioteca pública no Estado de Arkansas que recebe cerca de 300 mil visitantes por ano.

Já o iFHC afirma ter dois objetivos básicos: o primeiro é a preservação do próprio acervo do ex-presidente e de sua mulher; o segundo é a promoção de debates e seminários - que são restritos a convidados. O site do instituto na internet destaca que "o iFHC, entidade privada, não está aberto à visitação pública".

O site também anuncia que parte do acervo será aberto ao público quando for concluído seu processo de catalogação e digitalização. Não há informações sobre a possibilidade de pesquisar os itens mais interessantes, do ponto de vista histórico e jornalístico: as gravações e anotações que o ex-presidente fez, durante seus oito anos de governo, sobre temas polêmicos como privatizações e reeleição.

O auxílio estatal ao instituto, via Sabesp, foge à regra: o iFHC nasceu e é mantido graças a contribuições privadas. Quando inaugurado, em 2004, tinha R$ 10 milhões em caixa. O tucano começou a pedir doações a empresários quando ainda era presidente.

Em um jantar no Palácio da Alvorada, em 2002, FHC expôs os planos de sua futura ONG a convidados como Emílio Odebrecht (grupo Odebrecht), Lázaro Brandão (Bradesco), Olavo Setubal (Itaú), Benjamin Steinbruch (CSN), Pedro Piva (Klabin) e David Feffer (Suzano). Na época, o colunista Elio Gaspari criticou o fato de a coleta de fundos ser feita entre representantes de empresas financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou contempladas no processo de privatização.

Já as relações da Sabesp com políticos do PSDB não constituem propriamente uma novidade. No ano passado, reportagens da Folha de S.Paulo revelaram que a estatal patrocinou uma edição da revista Ch'an Tao, do acupunturista do então candidato à Presidência Geraldo Alckmin - o tucano foi assunto de capa e apareceu em 9 das 48 páginas da publicação.

A estatal também destinou R$ 1 milhão de sua verba publicitária para uma editora e um programa de TV do deputado estadual Wagner Salustiano (PSDB). O Ministério Público abriu uma investigação sobre o eventual uso de empresas do Estado para beneficiar aliados de Alckmin na Assembléia Legislativa.

Terra Magazine procurou ontem a Sabesp e FHC, em busca de esclarecimentos sobre a doação de R$ 500 mil. Não houve resposta da estatal. A assessoria do iFHC informou apenas que o ex-presidente não se encontrava no local.

Além da Sabesp, da Sun e da IBM, os outros patrocinadores do projeto de digitalização do iFHC são as empresas Philco Participações (R$ 600 mil), Arosuco Aromas e Sucos (do grupo Ambev, R$ 600 mil), Mineração Serra Grande (do grupo Anglo-American, R$ 200 mil), Norsa Refrigerantes (representante da Coca-Cola no Nordeste, R$ 140 mil), Rio Bravo Investimentos (R$ 30 mil) e BES Investimentos do Brasil (R$ 25 mil).

A Rio Bravo Investimentos foi fundada e é dirigida por Gustavo Franco, que presidiu o Banco Central nos anos FHC. O BES Investimentos faz parte do grupo português Espírito Santo, cujo representante no Brasil, Ricardo Espírito Santo, teve seu nome relacionado ao escândalo do mensalão por supostas relações com o publicitário Marcos Valério. Em 2005, o banqueiro foi acompanhado por Valério a uma reunião com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Em 2002, Ricardo Espírito Santo também estava no jantar do Palácio da Alvorada em que FHC pediu contribuições para a criação de sua ONG.
Grifo e a escolha da charge do Angeli são de minha responsabilidade.

17 janeiro 2007

A Casa e o google

Hoje estava brincando com o Site Meter e resolvi publicar as últimas dez buscas digitadas no google para cair nesta Casa de Tolerância:
lavadora de roupas da ge e problemas
falciforme é a mesma coisa que cançer? - meu predileto, realmente perdido
estandartes medievais
epoca opus dei bastidores
piores lavadoras de roupa
luis nassif - elite privilegiada
chupando blog
livros grátis
livros gratis
assistência técnica lavadora ge

Acho que vou abrir uma empresa de consertar lavadoras de roupa que dê livros grátis de brinde.

Outra coisa, acho que agora vamos ganhar aquela camiseta. Pela empolgação devem achar que nosso blog é sério e respeitado.

Acidente nas obras do Metrô

Lembro que estava em São Paulo fazendo um treinamento durante a última greve dos metroviários. O objetivo da categoria era iniciar uma discussão a respeito das PPPs, modalidade que estava sendo utilizada na construção da linha 4. A paralização de um dia foi duramente criticada pela mídia local e o sindicato está sendo processado, em R$2 milhões, pelo estado por danos morais à imagem da Cia do Metrô. A PPP continuou sem alterações, ignorando revindicações dos metroviários e acidentes ocorridos nas obras.

Acidentes não podem ocorrer em obras deste porte. Tudo tem que ser calculado com uma boa margem de segurança. Fenômenos naturais tem que ser considerados, não é novidade alguma que chove bastante em São Paulo. Usar isto como desculpa é rasgar o CREA.

Recomendo o acesso ao sitio do Sindicato dos Metroviários, onde é possível ler entrevistas com técnicos e detalhes sobre todos os acidentes ocorridos nas obras da linha 4.

E agora, quem é que paga pelos danos morais à imagem da Cia do Metrô?

16 janeiro 2007

Iraq Body Count

Sitio que tenta manter uma contagem de civis mortos no Iraque. É possível visualizar uma base de dados de eventos ou uma lista em pdf com o nome das vítimas.

Notei uma certa divergência nos números, por exemplo, civis mortos em 2006:
Governo Iraquiano - 12.000
Iraq Body Count - 24.500
ONU - 34.500

Não ao débito

Cerca de três anos atrás recebi um cartão de débito do banco safra. Utilizei por alguns meses tal forma de pagamento, ficando irritado quando o cartão não funcionava por falta de conexão. Era uma boa opção devido a inexistência de caixas do banco safra.

Certo dia em uma banca da Berrini, resolvi comprar uma revista e tentei utilizar esta forma de pagamento. Para minha surpresa o estabelecimento não aceitava débito e comecei a conversar com o banqueiro (dono da banca, o outro deveria ser chamado de ladrão mesmo).

Tal forma de pagamento exige uma linha telefônica exclusiva, acarretando em um custo extra de R$80,00 mensais (assinatura de linha comercial na época). Achando isto uma sacanagem, parei de utilizar meu cartão.

Recentemente descobri que, além deste custo, uma porcentagem de cada venda vai para a visanet. Não consegui encontrar exatamente a porcentagem, apenas indicios pouco confiáveis de que estaria em torno de 3%.

Ou seja, um dinheiro que deixa o bolso do comerciante local diretamente para a conta da visa. Destino final mais provável? Bolso de "investidores" internacionais.

Pago tudo com dinheiro. Se for assaltado acho preferível perder meu dinheiro para um bandido local do que para um internacional.

Seguem alguns trechos retirados do site visanet:

Débito (à vista)
É a modalidade de pagamento da plataforma débito mais conhecida. Por meio dela, o débito na conta corrente do portador é automático. Muitos portadores optam por essa forma de pagamento pela segurança de não terem pagamentos pendentes para o futuro. O estabelecimento que vende nessa modalidade recebe o valor em sua conta, descontada a tarifa negociada, 1 dia após a operação.

...

3.Como faço para saber as taxas de desconto que serão cobradas pelas vendas realizadas com os cartões Visa?

O valor de taxa é estipulado de acordo com o ramo de atividade que o estabelecimento atua. A taxa será informada pelo gerente bancário no momento da solicitação de afiliação.

...

POS Fixo

Os terminais POS fixos permitem a captura eletrônica das transações com todos os tipos de cartões emitidos com a bandeira Visa, sejam com tarja magnética ou com tecnologia de chip, utilizando uma linha telefônica comum (analógica).

A Visanet oferece essa tecnologia a todos os estabelecimentos, desde que tenham a infra-estrutura adequada (linha telefônica e ponto de energia).

Agradecimento

Com grande alegria e satisfação devemos agradecer a administração tucana por mais uma PPP bem executada.

12 janeiro 2007

Capas de jornais de hoje

Selecionado dos jornais de hoje via Sinopse - Radiobrás:

Folha
- O Ministério Público Federal entrou com ação de improbidade administrativa contra o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Ele foi acusado de chefiar um "esquema ilícito" pelo qual teriam sido desviados R$ 33 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário, pasta que comandou de 1999 a 2002. Jungmann nega irregularidades.

Mais sujeiras da era FHC investigadas pelo Ministério Público Federal, mas quando é que vão abrir o HD do Daniel Dantas?


Globo
- Detenções mais longas para menores infratores acusados de crimes graves são entre as 12 propostas apresentadas pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na reunião de governadores do Sudeste sobre segurança.

Se esta foi destacada pelo Globo não quero nem ler as demais 11. A velha idéia de que violência se combate com mais violência, saudades do Claudio Lembo, era conservador porém sensato. Poderiam propor também um aumento nos maltratos praticados a estes menores dentro das Febens.


Estado (grifo meu)
- Quarenta e oito horas depois da terceira posse de Hugo Chávez na presidência da Venezuela, o país ainda se recupera do susto. "Estado socialista" não foi uma idéia discutida na eleição presidencial e a série de medidas anunciadas por Chávez é novidade até para os parlamentares da base governista. Ontem, algumas dessas idéias foram mais detalhadas. O programa de estatização, por exemplo, atingirá todas as empresas do setor elétrico, inclusive a americana AES, segundo o ministro das Finanças, Rodrigo Cabezas. O ministro também adiantou que será cobrado um novo imposto sobre empresas que tiveram "lucro elevado". Chávez pretende ainda trocar o nome do país para República Socialista da Venezuela e conferir-lhe uma "divisão política e territorial", que substituirá prefeituras por conselhos de cidadãos, eliminando o risco de derrota nas eleições municipais. Em resposta, a oposição decidiu dar início a uma "mobilização nacional" contra o "Estado socialista".

Certo, então quem tem 62% dos votos em uma eleição e a maior parte do congresso tem medo de perder eleições municipais? Um conselho de cidadãos pode unir competências diversificadas e se aproximar dos problemas da população de cada cidade. Sendo bem estruturado, principalmente a inclusão e remoção de membros do conselho, transparente e fiscalizável tem boas chances de dar certo. O poder emana do povo.

11 janeiro 2007

República Socialista da Venezuela

Via Agência Carta Maior
Hugo Chávez anuncia a nacionalização dos setores elétrico e telefônico, segue trecho (grifo meu):
O governo venezuelano pretende incentivar a criação de cooperativas de produção e resgatar empresas fechadas para serem administradas sob um regime de auto-gestão com os trabalhadores. Chávez pediu que o setor privado “não tenha medo do socialismo”, destacando que, no novo modelo econômico, “deve prevalecer a busca do bem comum, acima do lucro individual desmedido que caracteriza o capitalismo e gera a pobreza das maiorias”.

Energia e telefonia são setores que tendem ao monopólio, sendo necessária a intervenção do governo para regulamentação. No Brasil, por exemplo, temos a Telmex sendo dona da Claro, Embratel, NET e TIM (esperem alguns meses). Aqui foi criada a Anatel, agência fraca que normalmente defende as empresas de telecomunicações e não os clientes. Não é a toa que este setor é o campeão de reclamações no Procon.

São setores que nunca deveriam ter sido privatizados. Oportunidade única para capitalistas escrotos corromperem o poder público e ganharem rios de dinheiro. Daniel Dantas deve amar FHC. Um verdadeiro assalto a um patrimônio público, ou seja, de todo o povo brasileiro.

Feito o mal, como retroceder? Será bastante complicado nacionalizar tais empresas. Após o estupro neo-liberal as economias latino-americanas tornaram-se dependentes do capital estrangeiro. Como fazer este processo sem assustar os investidores? Uma maneira seria pagando, petróleo=dinheiro eles tem de sobra. Com a desvalorização das empresas que já está ocorrendo fica tudo mais barato. Ou a Venezuela seria capaz de mandar os investidores a merda sem quebrar? Hugo Chávez é esperto e provavelmente acabará achando a melhor solução.

Só não entendi por que precisa de poderes legislativos se tem apenas aliados no congresso.

Via Folha Online
Chávez: "meia-volta, volver", segue trecho (grifo meu):
Sabemos todos, pois, porque Chávez chegou ao poder. Mas, se havia dúvidas sobre aonde ele quer chegar, elas estão se dirimindo uma a uma. Ele próprio anunciou apoio à (sua...) reeleição sem limites e, agora, a intenção de produzir a "República Socialista do século 21" --um socialismo experimental, sem precedentes, voluntarista e fortemente concentrado no rei, ou no ditador ou seja lá no que for em que Chávez esteja se transformando. A diferença é que ele tem legitimidade. Foi eleito sucessivamente por voto popular, é um mito entre a gente pobre venezuelana.

A colunista não sabe se o chama de rei ou ditador, mas nenhum dos termos cabe. Chávez tem enorme respaldo popular, 62% nas últimas eleições, e já realizou diversos referendos para saber se deveria continuar no poder. Algum presidente dos países considerados exemplos de democracia já colocou o seu cargo em avaliação, sem necessidade explícita na constituição, em uma eleição séria?

Varias tentativas socialistas "fracassaram", mas se Chávez conseguir implementar algo semelhante sem acabar com liberdades individuais tem grandes chances de ser bem sucedido.

Um pensamento egoísta da colunista da folha pode servir para acalmar a direita brasileira, que tem horror a Chávez. Sucesso ou fracasso na Venezuela, o Brasil ganha comercialmente.

10 janeiro 2007

Jesus Camp

Na Folha, descoberto via Duvido:

Filme polêmico mostra "exército" de crianças cristãs nos EUA

EDUARDO SIMÕES
da Folha de S.Paulo


Um grupo de crianças estende os braços em direção a uma imagem em tamanho natural de George W. Bush. A "adoração", na verdade uma oração para o "líder", não faz parte de um episódio de "South Park" satirizando o presidente norte-americano. É a realidade de meninos e meninas, com idade a partir de 6 anos, que freqüentam um insólito acampamento de verão nos EUA. Lá, rezam, choram e gritam, entre outras coisas, contra o aborto.

Revelado no documentário "Jesus Camp", em cartaz nos EUA desde o início de outubro, o acampamento Kids on Fire [crianças em chamas], em Devil's Lake, Dakota do Norte, ensina crianças a se tornarem "soldados do exército de Deus". Numa das cenas mais impressionantes, elas aparecem vestindo roupas semelhantes a uniformes do exército, com pintura de camuflagem no rosto, dançando com espadas de madeira, ao som de um "heavy metal cristão", segundo definição do jornal "The New York Times".

Nenhum dos personagens retratados no documentário se mostrou, até agora, insatisfeito com o resultado ou repercussões do filme. Salvo o ex-presidente da Associação Nacional de Evangélicos, Ted Haggard, que colocou um comunicado no site da instituição acusando o documentário de "manipular os fatos" como faria Michael Moore, e comparando a câmera do documentário à do filme de terror "A Bruxa de Blair".

Haggard, ferrenho oponente do casamento gay e conhecido como conselheiro de Bush, foi afastado na semana passada da associação, depois de ser acusado de ter pago, durante três anos, para fazer sexo com um garoto de programa, de quem também teria comprado anfetaminas. Após seu afastamento, o pastor enviou um pedido de desculpas à associação, numa carta em que se disse "culpado de imoralidade sexual".

É Tudo Verdade

O crítico de cinema Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade, pretende trazer o documentário para a edição de 2007 do festival paulista. Por enquanto, é possível ver trailers no YouTube (www.youtube.com).

Relativamente bem-sucedido nos cinemas americanos, com uma renda que já passa de US$ 600 mil (quase R$ 1,3 milhão), o documentário narra a rotina, no acampamento, de três seguidores da teologia do cristão renascido --Rachel (9), Tory (10) e Levi (12)-- e de Becky Fischer, pastora que ensina ao seu rebanho infantil que o aquecimento global é um mito da ciência. E que Harry Potter é discípulo do demônio.

Fischer, que faz seus pupilos carregarem fetos de plástico em manifestações contra o aborto, afirma ainda que o Kids on Fire é uma versão "anódina" de instituições similares no mundo islâmico, onde crianças seriam treinadas para se tornar homens e mulheres-bomba.

Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Tribeca, "Jesus Camp" foi dirigido por Heidi Ewing e Rachel Grady, cujo documentário anterior, "The Boys of Baraka", acompanhou Devon Brown, pastor de uma igreja de Baltimore. Com o novo filme, as diretoras queriam ampliar a discussão do primeiro, falando não só da devoção de crianças mas também da relação entre religião e política nos EUA.

A imprensa americana considerou o filme um retrato contundente do fundamentalismo pentecostal nos EUA e de sua perigosa ingerência na política do país. Grady ressaltou numa entrevista que os "evangélicos não estão fazendo nada ilegal". Na verdade, estariam "abraçando e utilizando a democracia em todo seu potencial".

Em entrevista à Folha, Ewing também relativiza.

"Acho que o filme só é assustador para aqueles que já têm uma noção preconcebida ou impressão negativa dos evangélicos. Nós [diretoras] ficamos impressionadas com a seriedade com que as crianças tratam sua devoção e o quanto ela significa para elas. As crianças nunca pareciam entediadas no acampamento, simplesmente queriam mais e mais", diz Ewing, que defende a imparcialidade de seu filme.

Olhar imparcial

"Como documentarista, você deve ser capaz de separar sentimentos pessoais do assunto e tentar ao máximo entender o mundo da perspectiva dos personagens do filme. Uma vez que passamos pelo choque inicial de ver as crianças tão emocionadas durante as missas e atividades, fomos capazes de focar nossa atenção nelas, em seus pais e seus objetivos."

Ewing, que é católica, e Grady, que é judia, evitaram tomar partido. Mas não abriram mão de adicionar conflito à medida que viram seu filme correr o risco de virar um vídeo institucional do Kids on Fire.

A dissensão veio na voz de Mike Papantonio, apresentador de um programa de rádio cristão. Para ele, a educação das crianças do acampamento está, sim, ultrapassando os limites entre Igreja e Estado.

Papantonio também se preocupa com a agressividade que exala das imagens. Numa entrevista com Fischer, ele diz: "Você pode dizer qualquer coisa a uma criança. Pode transformá-la num soldado que carrega uma metralhadora".

08 janeiro 2007

Ele não tá de ácido

A página deste cara vale a visita:

A outra muito importante é que eu NÃO SOU CONTRA O DINHEIRO! (Gostou dessa babaca?) É isso ai, o mundo não tem uma cor só não meu chapa, só de branco o esquimó vê mais de trinta. Então não é porque eu critíco o excesso, que eu sou a favor da falta. Eu gosto de trabalhar e gosto de receber pelo meu trabalho. Gosto de comprar as coisas com moeda e nota e não com alface, ou ovelha. Gosto de ovelha e gosto de alface, também. Gosto de ar condicionado e de tomografia ultrasupermegacomputadorizada. Mas não penso no dinheiro como fim e sim como meio. Tem o pensamento clássico de pára-choque de caminhão que diz: "se dinheiro não traz felicidade, me dê o seu e viva feliz!". É isso ai! Aqui não tem nenhum radical, mas também não tem nem nenhum idiota. Tem um ser confuso, que acha que ganha menos do que outros pelo trabalho que faz, e trabalha menos do que outros pelo dinheiro que ganha. Mas ainda assim acredita num mundo onde a moeda de troca não seja mais importante que a troca, ou no caso com a recusa da troca, ou na maioria dos casos com a tomada a força. Eu acho, e acho sinceramente, que as revoluções tecnólogicas tem mais a ver com a nossa capacidade de criar o novo do que com a nossa capacidade de consumir o novo. E gostaria sim de viver em um mundo em que você não precise ler em todo lugar, que você não está bem por não tem determinado bem. E esse mundo, por incrível que pareça é esse que a gente vive. E sendo assim, sinto-me no direito de, não só me recusar a participar de determinadas modas e filosofias vencedoras, como de trabalhar para ridicularizar o que eu considero ridículo: a farsa do bom moço, que só quer o meu pescoço. Me processe.

04 janeiro 2007

Casa de tolerância

Sobre a Casa
A Casa de Tolerância é um grupo de cinco designers de Moda recém formados que se reuniram para trabalhar juntos. A iniciativa pioneira surgiu principalmente pela afinidade, pela vontade de trocar idéias e técnicas, e pela necessidade de buscar um espaço no mercado. O grupo atua nas áreas de criação, desenvolvimento e produção de moda, com o objetivo de se estabelecer como uma marca forte na cena alternativa a que pertence.


Não entendeu? Clique aqui.

Malditos, nos desbancaram da primeira posição da consulta do Google. E nem nos mandaram uma camisetinha para consolar.

Oh Fuck!!!

Este blog completou 1 ano em novembro último e nós não demos por isso.
Bom, e daí?

02 janeiro 2007

Requião

Publicado originalmente na Folha, encontrado via Vermelho.

O governador reeleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), tomou posse do segundo mandato consecutivo declarando que fará um governo de esquerda e chamando o grupo político que derrotou na última eleição de ser corrupto e de direita.

O governador incluiu a imprensa no grupo adversário. Disse que suspenderá verbas publicitárias aos maiores veículos de comunicação do estado nos próximos quatro anos.

O discurso na Assembléia Legislativa Requião dedicou ao ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (PFL), a quem chamou de "imprevisível e extraordinário conservador". Em entrevista à Folha, publicada no domingo, Lembo acusou a elite de "sempre se lambuzar e viver das benesses do Estado" e disse que só era "mais cuidadosa" na corrupção do que o PT ao chegar ao poder.

"Somos de esquerda porque ser de esquerda é ser solidário, fraterno e humano", afirmou Requião. Para ele, a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que sexagenários que se mantêm na esquerda têm problemas não pode ser mal interpretada ou distorcida como pretexto para negar a opção.

Nacionalismo
O discurso do governador paranaense também abrigou a defesa da opção nacionalista, com citações elogiosas aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, e condenações ao governo dos Estados Unidos e à globalização da economia.

"E lá vem essa conversa toda de populismo, do horror a um Hugo Chávez, a um Evo Morales, a um Rafael Correa, a qualquer um, enfim, que se oponha ao consenso de Washington, aos ditames do FMI, às receitas do neoliberalismo, à ação sem freio do mercado", disse ele.

Requião repetiu na posse os ataques à imprensa que marcaram a campanha eleitoral no estado. Anunciou "como primeiro compromisso" do seu governo "o famoso choque de democracia na imprensa". Segundo ele, "pela primeira vez na história do país, a mídia foi questionada e derrotada no Brasil e no Paraná".
E, para completar, Lula:
Nosso governo nunca foi, nem é "populista". Este governo foi, é e será popular.

Queima de arquivo

Como era bastante previsível, os EUA executaram Saddam, apesar dos protestos da comunidade internacional. Que Saddam era um grande filho de uma puta, ninguém têm duvida, mas, como deixa claro esta matéria do Le Monde Diplomatique (via Vermelho), um julgamento em Haia, sob os olhares internacionais, e sem a possibolidade de pena de morte, realmente, não era do interesse dos EUA.

Espero que os governantes dos demais países do mundo aprendam a lição: não importa o quão aliado dos EUA você é, se for do interesse deles, eles te fodem.

Na foto, Saddam e Rumsfeld, quase uma reunião do Clube dos Genocidas.