24 dezembro 2005

Quem deve, teme!

PFL reage a anúncio de combate a caixa 2

BRASÍLIA - O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), reagiu ontem duramente ao anúncio feito pelo governo de intensificar o combate ao esquema de caixa 2 nas campanhas eleitorais em 2006, por meio da ação da Polícia Federal (PF). O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que afirmou que o governo criará em todos os estados delegacias da PF especializadas no combate de crime financeiros e de lavagem de dinheiro, tendo como foco principal as campanhas eleitorais do próximo ano.

Em nota oficial, Bornhausen avalia que o anúncio dessas medidas, feitas pelo ministro, são "totalitárias, arbitrárias, autoritárias e antidemocráticas" e acha que elas podem abrir caminho para interferências indevidas nas campanhas de partidos adversários do governo. Para Bornhausen, hoje já existe ficalização sobre os partidos políticos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como determina a lei.

"Qualquer interferência externa significa ato servil de organismo público para atender interesses do presidente da República e do seu ministro", afirma o presidente do PFL. Bornhausen encerra a nota aconselhando o "ministro da Justiça a investigar e prender os corruptos e corruptores que enlamearam o governo Lula. É isso que a sociedade espera de um advogado brilhante que deve, no presente, honrar o seu passado".

Na prática, as ações da PF somente acontecerão depois de denúncias apresentadas à Justiça Eleitoral ou no caso de haver sinais exteriores claros de campanhas milionárias. Essas medidas também estão previstas na convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a corrupção. O Brasil é signatário dessa convenção, que passou a vigorar este mês.

Além de vigiar o sistema de abuso nas eleições, a convenção prevê que todos os signatários, como o Brasil, adotem o sistema chamado PEPs (sigla em inglês para Politically Exposed Persons), que estabelece o monitoramento sistemático de pessoas politicamente expostas, como parlamentares, ministros e outras autoridades.

08 dezembro 2005

Provocações

Provocações é um programa apresentado por Antônio Abujamra e como estou sem tempo segue a descrição dada no site:

O que queremos com este programa?
Lembrar às pessoas que existem na vida outros, diversos outros, espaços e cenários possíveis.


Normalmente ao final de cada programa, é lido um poema ou texto adaptado para a televisão. O legal é que todos os textos e áudios podem ser lidos e ouvidos pelo site da cultura.

Arquivo de Textos e Poesias

Segue também um dos meus prediletos:

Se os tubarões fossem homens

02 dezembro 2005

Doce terra da hipocrisia

O país que tanto prega a liberdade de imprensa mostra mais uma vez a verdadeira face. Primeiro foi o rolo compressor que passaram por toda a imprensa mundial durante a invasão do Afeganistão e para tentar legitimar a guerra no Iraque. Momento este, em que apenas a Al Jazeera trazia os fatos reais do que acontecia no Oriente Médio, sendo até cogitado por Bush um ataque a sua sede no Qatar.

Agora surgem denúncias de pagamento aos jornais iraquianos para que estes publiquem notícias pró-estadosunidense e contra os insurgentes.

U.S. admits planting pro-American stories in Iraq

Donald Rumsfeld chegou a citar como um ponto positivo da invasão do Iraque a quantidade de organizações de mídia livre que surgiram no país. "Livre" para eles significa "favorável aos EUA".

Os planos também incluíam a futura compra de um jornal e uma estação de rádio iraquiana para divulgar propaganda pró-EUA. No Brasil a própria Globo foi criada com investimento estadosunidense para nos empurrar o seu estilo de vida, além de apoiar a ditadura. Não é a toa que a emissora nunca foi alvo de censura, pois sempre agradava aos militares.

29 novembro 2005

Dossiê FHC

Escrito pelo deputado Walter Pinheiro em 2000:
"Dossiê FHC - Os escândalos, favorecimentos e ajeitados de Fernando Henrique Cardoso, o Entreguista". Formato PDF.

Qual será o próximo alvo dos EUA

Não sou a favor de corridas armamentistas, mas as vezes pode ser um mal necessário.

O governo Bush (governo por que sozinho ele não consegue comer um pretzel) já articulou um golpe que chegou a derrubar Hugo Chávez por alguns dias e com certeza não descarta uma invasão. Como preferem presas fáceis é melhor boicotar vendas de armas à Venezuela. Tudo em busca do precioso óleo.

EUA tentam boicotar compra bélica

O mesmo óleo que Chávez usa para desferir um tapa com luva de pelica em Bush. Muito esperto mostra aos estadosunidenses que não é a encarnação do mal ao vender óleo de calefação a preços muito abaixo do valor de mercado. Sabe que sem o apoio da população é impossível viabilizar uma guerra.

Venezuela começa a distribuir óleo para pobres dos EUA

Bem que outros governantes poderiam seguir o exemplo de Chávez e conquistar outros países ajudando seu povo ao invés de bombardeá-lo. Os próprios estadosunidenses deveriam perceber que bastaria tratar os povos árabes com o mínimo de respeito para que não houvessem mais atentados terroristas. Enquanto não percebem o melhor mesmo é comprar algumas armas.

22 novembro 2005

O que defende quem defende Bush e a invasão do Iraque III


Tortura: http://www.msnbc.msn.com/id/4926710/

O que defende quem defende Bush e a invasão do Iraque II

A prisão e o estupro de meninos por soldados estadunidenses.

Seymour Hersh, jornalista da revista New Yorker, afirma existirem videos de posse do Pentágono que mostram meninos sendo sodomizados por soldados estadunidenses em Abu Graib. "O pior de tudo é o som dos meninos gritando", disse Hersh. Em (http://informationclearinghouse.info/article6492.htm) é possível ver a declaração de Seymour Hersh em uma conferência da American Civil Liberties Union, acompanhada de transcrição das declarações.

No relatório Taguba, resultado de investigações das denúncias de tortura em Abu Graib, encontra-se o depoimento de testemunhas do estupro de meninos, o que reforça as declarações:

I saw [name deleted] fucking a kid, his age would be about 15 - 18 years. The kid was hurting very bad and they covered all the doors with sheets. Then when I heard the screaming I climbed the door because on top it wasn't covered and I saw [name deleted] who was wearing the military uniform putting his dick in the little kid's ass. I couldn't see the face of the kid because his face wasn't in front of the door. And the female soldier was taking pictures. [name deleted], I think he is [deleted] because of his accent, and he was not skinny or short, and he acted like a homosexual (gay). And that was in cell #23 as best as I remember.

Este trecho do relatório pode ser obtido do site do jornal Washington Post (http://media.washingtonpost.com/wp-srv/world/iraq/abughraib/151108.pdf).

Sobre o PT e o "ouro de Havana"

Do bom site Duplipensar - que se inspira evidentemente em George Orwell (que chama de Duplipensar o fato de alguém acreditar ou defender duas idéias mutuamente contraditórias) - uma análise sobre acontecimentos recentes mostrando os interesses políticos por trás da onda de denuncismo e a evidente perseguição ao governo Lula e ao PT como forma de perseguir toda a esquerda. Um texto lúcido e que não poupa o governo Lula, a quem o autor chama de Lulla:
Veja e o Ouro de Havana

21 novembro 2005

O que defende quem defende Bush e a invasão do Iraque


Tropas estadunidenses matam civis no Iraque, de novo.
Os soldados atiraram em uma minivam que levava uma família a um funeral, 5 pessoas morreram, 3 eram crianças.
http://www.aljazeera.com/me.asp?service_ID=10181

13 novembro 2005

Mil Faces de Um Tucano

Publicado originalmente pela revista Carta Capital:

MIL FACES DE UM TUCANO
Que tal relembrar o dia em que o enfático senador Arthur Virgílio assumiu ter feito caixa 2 na campanha eleitoral de 1986?

Por Maurício Dias

O senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, tem se destacado nos últimos meses como um dos mais implacáveis adversários do governo do PT e, pessoalmente, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, por sinal, tem recebido dele insultos verbais e ameaças físicas, desferidas da tribuna do Senado brasileiro.

V
irgílio, viripotente, soma à valentia de carateca praticante um discurso em defesa da ética absoluta no exercício da política. Tem dito com ênfase, por exemplo, que não admite o uso de “dinheiro não contabilizado” em campanhas eleitorais. Por isso, acusa Lula de promover um “escandaloso esquema de corrupção no País”.

Rigoroso e inarredável na suposta defesa dos melhores princípios, ele assinou, há poucas semanas, a nota oficial do bloco PFL/PSDB, na qual Lula é acusado ter justificado “gravíssimo crime eleitoral” e de ter criado uma “cínica versão” – a do caixa 2 – para o dinheiro esparramado por Marcos Valério nas campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e aliados nas eleições de 2002 e 2004.

A nota tucano-pefelista referia-se à entrevista que Lula deu, em Paris, quando sustentou que “o PT fez, do ponto de vista eleitoral, o que é feito no Brasil sistematicamente” e provocou uma chuva cínica de relâmpagos e trovoadas.

Não se sabe se a valentia do senador Arthur Virgílio já foi posta à prova por algum outro valentão. Mas o rigor ético que ele enverga agora não fica de pé um segundo diante das declarações que ele deu ao Jornal do Brasil. Publicadas na página 9, da edição do dia 19 de novembro de 2000, elas nocauteiam a ética que o senador ostenta agora.

“Em 1986, fui obrigado a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas. As empresas que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição política”, disse ele, em matéria assinada por Valdeci Rodrigues. O repórter anotou, após essa afirmação, que o então deputado “ficou tranqüilo porque esse crime eleitoral que cometeu já está prescrito”.

A reportagem, que tem o título de “Ilegalidade é freqüente”, trata da denúncia de que houve doações de mais de R$ 10 milhões à campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso que não foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral.

“Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos pré-concebidos. Neste país, o caixa 1 é improvável. A maioria das campanhas tem caixa 2”, declarou Virgílio, em 2000, como se fosse o inspirador do que Lula diria cinco anos depois.

Quando se trata da existência de caixa 2 nas campanhas eleitorais no Brasil, parece que o filme a que se assiste é um velho clássico reprisado de quatro em quatro anos.

As declarações de Virgílio sugeriram o seguinte comentário do procurador da República Guilherme Schelb, também publicadas pelo Jornal do Brasil: “Quando buscam a defesa atacando os outros, estão reconhecendo que também adotam a mesma prática”.

Deve-se, no entanto, elogiar a coerência de Arthur Virgílio. Ele é sempre enfático. Tanto agora, como senador, quando critica a existência de caixa 2, quanto em 2000, como deputado, quando defendia a existência dela. Não será, no entanto, por ter usado caixa 2 (na era pré-delubiana) que se pode acusar o tucano de ser um corrupto. O político que não concordar com isso que atire a primeira pedra.

Canção do suicida

Para começar bem este blog, um poema de Bandeira:

Canção do Suicida
Não me matarei, meus amigos.
Não o farei, possivelmente.
Mas que tenho vontade, tenho.
Tenho, e, muito curiosamente,

Com um tiro. Um tiro no ouvido,
Vingança contra a condição
Humana, ai de nós! sobre-humana
De ser dotado de razão.