27 abril 2007

Maioridade Penal

O projeto de lei para redução da maioridade penal não faz o menor sentido. Para começar, como escreveu Luis Nassif, o projeto é inaplicável da maneira como colocado no papel. A diferenciação, entre os que tem consciência de seus atos e os que não tem, é impossível de ser realizada com critérios objetivos e uniformes. As previstas alas especiais não existem e não serão criadas se analisarmos que os presídios já precisam de muitas reformas mesmo sem a existência de tais alas. Ou seja, duas medidas impraticáveis acrescentadas no projeto apenas para diminuir a quantidade de argumentos dos que se opõem ao projeto.

Também não é coerente existirem leis de proteção aos adolescentes que podem ser ignoradas dependendo de seus atos. Os mais fracos demandam proteção, e por acaso deixam de ser fracos ao cometerem certo tipo de crime?

O projeto também não caminha para a diminuição da violência. Apenas satisfaz os desejos da sociedade aterrorizada por fatos isolados explorados a rodo pela mídia. O sistema penal brasileiro tem o intuito de corrigir e não de punir, porém as medidas tomadas recentemente não respeitam isto.

Alguém acha que ser privado de sua liberdade por três anos é pouco e não assusta ninguém? É mais do que o suficiente para coibir crimes desde que exista a (quase) certeza da punição. Todas as penas deveriam estar limitadas em três anos. Estas prisões mais vazias poderiam ser transformadas em presidio-escola, aplicando correções e não punições.

O "criminoso" só foi maltratado pela sociedade e retribui a altura. Ao invés de mostrarmos que existe outro caminho, que pode receber e contribuir com a sociedade, apenas fazemos com que sofra mais. Como alguém pode agir corretamente se só conheceu o errado?

27 comentários:

Elton disse...

Eu cada dia me convenço mais é de que não deveria haver "pena" nenhuma. Estas pessoas deveriam ser acompanhadas de muito perto por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, para tentar desvendar e desfazer o labirinto do crime em que estas pessoas se meteram e como fazer para livrarem-se deles.
Hoje você prende o cara e depois o solta na mesma situação (ou pior que antes). Punir para quê, se as conseqüências para a própria pessoa e para o conjunto da sociedade são ruins? Mas aí virão os argumentos "moralistas" (ou farisaicos): mas têm que punir por que eles fizeram coisa errada!
Juro que a coisa que eu mais odeio nos discursos políticos, de esquerda ou de direita, é isso de colocar o "subjetivo", os "valores", acima do que é objetivo, concreto, real. A ética da política deveria ser a ética das conseqüências (acho que Weber escreveu isso).

Bruno disse...

Vi um quadrinho na Veja* desta semana informando que a população carcerária no mundo vem aumentando exponencialmente. No Brasil cerca de 100% nos últimos 10 anos. E isto melhorou alguma coisa na questão violência?

Concordo com o que diz, prisões como existem não servem para nada concreto.

* Tento ler semanalmente alguns trechos de todas as revistas, mesmo que sejam achadas no esgoto como a Veja. É sempre bom saber o que estamos criticando.

Unknown disse...

Se é verdade que os menores assumem a culpa de crimes mais graves pelos maiores de idade, reduzir a maioridade penal para 16 anos, por exemplo, só iria fazer com que os de 15 assumissem tal culpa, e assim por diante. Será que esses adeptos da reducão da maioridade penal não sabem que criancas vítimas da violência social já sabem manejar armas com menos de 10 anos?

Anônimo disse...

Não consigo entender como absurdos como o de "dar escola e picólogos para bandidos menores de 18 anos" prospera. Talvez porque é Brasil, um país colonizado e bobo.
Em primeiro lugar, quem iria pagar a conta dos psicólogos? Como contribuinte, não quero ver meu dinheiro jogado fora na vã tentativa de recuperar vagabundos. Prefiro que se construa cadeias para que fiquem bem longe de mim e de minha família.
Em segundo lugar, se o jovem trabalhador, que estuda e tal, não tem direito a essas mordomias, seria incoerência dá-las à bandidagem juvenil.
Só no Brasil: o trabalhador é jogado às traças e o bandido tem psicólogos, sociólogos e toda a cambada de bestólogos para lhe puxar o saco.

Bruno disse...

O custo pode ser muito baixo, até negativo. Graduandos nestes cursos poderiam desenvolver projetos neste sentido, pode não dar 100% certo (nada da) e mesmo no pior caso de 100% errado (também nada da), tais alunos teriam interessantes projetos de graduação e aprenderiam muito com a experiência.

E bestas são aqueles que acham que ciência tem que dar dinheiro, ou que tudo se simplifica ao seu campo de gastos na planilha financeira. Construa mais presídios e nunca tente resolver o problema, isto sim é uma solução inteligente. Bestólogos são os sociólogos e psicólogos que trabalham com sujeitos como vc.

Elton disse...

Anônimo, o "dar escola e psicólogos para bandidos menores de 18 anos" prospera por um motivo muito simples: a repreensão não funciona. Se funcionasse não haveria reincidência de criminosos.
Repreender sai muito caro. Aqui em SP o aumento da população (o que entra menos o que sai) carcerária é de 800 presos por mês, ou seja, 2 presídios. E não diminui a criminalidade, não afasta os bandidos da sua família. Então eu pergunto: prender para que? Não seria melhor tentar outras alternativas que talvez funcionem? Ou é melhor insistir em algo que não funciona só para nos sentirmos vingados? Só para satisfazer um moralismo farisaico irracional, ineficiente, $caro$, enfim: absurdo?

Quero adicionar os seguintes comentários: como contribuinte, o dinheiro que foi pago nos impostos não é mais seu, mas da sociedade (e isto inclui pobres, ricos, professores, médicos, lixeiros e até mesmo os detentos das penitenciárias). No Brasil, que se pretende uma democracia, a cidadania é a mesma para todos e independe do quanto os cidadãos pagam de impostos. Alguém que paga mais impostos não deve ter mais direitos do que quem paga menos, senão seríamos uma plutocracia.

Anônimo disse...

Eu tenho consciência da dificuldade ou impossibilidade em convencer esquerdistóides do óbvio, mas vamos lá.
Se vocês gostam tanto de bandidos mirins levem-nos pra casa, porque ninguém em uma democracia pode ser obrigado a conviver com quem não respeita as leis.
Vocêa tb não entenderam meu argumento. Não é um cálculo financeiro que importa. O que importa é que aqueles que trabalham são desprezados e o bandido que comete crime é premiado com o puxa-saquismo dos bestólogos.
É incongruência dar educação de qualidade pros bandidos e deixar o cidadão de bem ao deus dará.
Deveríamos cuidar do cidadão cumpridor da lei, que estuda e trabalha, e não de vagabundos.
Queria ver vocês manterem essa opinião qundo forem vítimas desses excrementos humanos. Vocês ou seus familiares, mortos, e o excremento rindo de sua cara e da sociedade.

Bruno disse...

Acho que vc quem não entendeu muito bem, retiremos o foco do dinheiro.
Como o Elton muito bem explicou, a cidadania é a mesma para todos. Sejam aqueles que vc intitula bandidos, cidadão de bem, cidadão cumpridor da lei, vagabundos ou excrementos. Todos são cidadãos.
Todos os cidadãos (até os que vc intitula bandidos) devem ter educação de qualidade. Se tal educação não funcionou é no mínimo interessante entender porque, aprimorando os métodos educacionais.
Seu último parágrafo deixa claro o que já dissemos, seu objetivo é a vingança. Punição baseada em emoção e não em critérios racionais. É um remédio que comprovadamente não resolve o problema. Comprovadamente pois usamos até hoje os seus métodos e o problema só piorou.
Existem duas hipóteses:
1 - Já utilizamos o melhor método e o problema é insolúvel. Neste caso crimes e violência sempre aumentarão, até que a população encarcerada seja maior do que a livre.
2 - O problema tem solução e precisamos encontrá-la. Como? Testando novos métodos e aproveitando o melhor de cada um.
Nunca me deparei com um problema insolúvel, e só saberemos estar na frente de um quando todos os métodos de resolução possíveis forem testados.

Elton disse...

Anônimo,

É claro que educação, amparo social, etc. deve ser para todos e não só para quem comete crimes. Nós nunca dissemos o contrário.
O que estamos dizendo é que quando alguém comete um crime de nada adianta trancafiá-lo em uma cadeia imunda superlotada porque:
1 - Não provoca redução da criminalidade
2 - Não tira o detento do crime

A cadeia, sendo simplesmente um instrumento de punição, serve apenas para saciar instintos passionais de vingança, sem qualquer vantagem racional observável.

Resumo:
Quero que minha família esteja segura, ou seja, que a criminalidade diminua. O que fazer? Só prender adianta? Não. Acompanhar este detento e sua família com ações e estudos pedagógicos, psicológicos e socias adianta? Pode ser que sim. Por que não experimentar?

Outra coisa: você consegue me mostrar uma estatística que indique que o aumento de crimes cometidos por menores é superior ao aumento da criminalidade geral? Você sabe me dizer qual a porcentagem dos crimes que foram cometidos por menores, ao ponto de se justificar a redução da maioridade penal como forma de conter a violência?

PS. Pense bem: somos nós que não enxergamos o óbvio ou é você que não está conseguindo ver as sutilezas?

Anônimo disse...

Mas é claro que o objetivo primaz da pena é a punição, a vingança.
Sei dum caso numa cidade perto da minha de uma moça estudiosa, de família muito humilde, que trabalhava de dia pra poder cursar faculdade de noite, sendo que seria a primeira na família a se formar em curso superior.
Vejam bem, tal moça em nenhum momento foi ajudada por psicólogos, sociólogos, pelo Pai-Estado, nada, por suas próprias forças estava prestes a vencer na vida. Mas não é que apareceu diante dela, à noite quando retornava da faculdade, um animal que a estrupou e matou de forma cruel, não direi os detalhes que são horripilantes. Sabe quantos anos tinha tal animal? 17 anos.
Foi premiado com o ECA e ganhou ajuda de psicólogos para depois de 3 anos poder matar de forma ainda mais cruel--mas graças ao bom Deus, morreu posteriormente em troca de tiros com a polícia.
Juro que se tivesse oportunidade eliminaria sem pestanejar tal excremento.

Anônimo disse...

E não me venha com essa de desigualdade social e idiotices quejandas.
Basta ver o exemplo da Índia, país tão ou mais desigual que o nosso e com baixíssimos índices de criminalidade.
Mas deixa essa ideologia esquerdista de que a culpa do crime é da sociedade, da "elite", espalhar por lá pra ver.
E seja como for, se educação e prosperidade bastasse para combater crime, não seria nosso Congresso essa concentração absurda de delinqüentes de toda laia. Lembram o caso do deputado que serrava gente viva? Será que ele era vítima da "injustiça social"?
Bandido não é vítima, bandido descumpre a lei, e o cumprimento da lei deve, sim, ser critério para valorizar os cidadãos de um Estado de Direito.
o que quero dizer é que o Estado deve premiar quem cumpre a lei, que de forma honesta, sem agredir a liberdade dos outros, tenta ganhar a vida.
Já os marginais, os delinqüentes, devem ser punidos. Porque atentam contra a liberdade alheia, e ponto final.
Não importa se a punição não basta para acabar com o crime de uma forma geral, mas ela é imprescindível, individualmente falando.
Porque caso contrário estaremos incentivando a bandidagem, e chamando de otário o trabalhador honesto.

Anônimo disse...

Só mais uma coisa: cadeia é o único instrumento efetivo de combate ao crime. Porque é com cadeia que se tira de circulação marginais que atentam contra a liberdade alheia. É com cadeia que se impede os bandidos de voltarem a delinquir. E cadeia deve ser imunda mesmo, porque lugar de direito de ratos e excrementos humanos.
Acontece que no Brasil as penas são pusilânimes, há vários benefícios estapafúrdios, coisa de colonizados que querem ser como a Noruega, a Alemanha.
E ainda tem pastoral carcerária, direitos humanos. Para bandidos, claro! Nunca ouvi falar de ONG que defendesse vítimas. Pastoral das vítimas? Tb nunca vi. Tenho certeza de que quem banca essas ONGs de direitos humanos é o crime organizado. Se eu fosse bandido, faria isso.
Por outro lado, não estou dizendo que cadeia resolve todos os casos. Um furto, um dano, mesmo sendo crimes graves, porque atentam contra a propriedade, um dos principais direitos de um ser humano, quando cometidos por réu primário podem sim ser resolvidos doutra forma, mas desde que exista uma punição que faça o criminoso sentir que a sociedade não tolerará reincidências.
Mas o que está acontecendo no Brasil é a ascensão de uma crueldade pura e simples.
O ser humano não é bom por natureza, é um animal que pode cometer as maiores atrocidades de forma calculada, deliberada.
Não tenho pretensão nenhuma de parecer racional ou outras bobajadas inventadas por esquerdistas; sou matemático, pesquisador de uma universidade brasileira, e acho que, em assuntos como esses, pensar racionalmente só não basta.

Elton disse...

Sr. Anônimo,

É claro que toda vítima de violência se sente irado e quer vingança. Isto é humano, mas o Estado não é, e não deve ser, humano.

Agora, se você prefere ter os seus sentimentos de vingança satisfeitos, mesmo que isto custe manter a sua família e toda a sociedade em insegurança, sem experimentar alternativas mais científicas e racionais... :-/

Achei curioso, para dizer um mínimo, seu comentário sobre a racionalidade. O que você faz quando escurece na sua casa. Xinga o Sol? Xinga a escuridão? Xinga a lâmpada? Joga pedra nela? Reza? Ou você estica o braço e aperta o interruptor???
Por que isto vale uma oração à racionalidade. Imagine quanta razão foi necessária para se compreender os fenômenos eletromagnéticos e expressá-los matematicamente (de Franklin à Faraday e Maxwell)! Quantos experimentos metodicamente planejados para se averiguar as diversas hipóteses formuladas! Quanta razão e experimentação não foram necessárias, também, para a simples invenção da lâmpada incandescente à vácuo . E a construção de hidrelétricas? Quanta racionalidade é necessária para se interromper o fluxo de um rio e se construir uma barragem!? E usar esta barragem para se transformar a
energia da queda d´água em eletricidade!?

Eu não finjo ser puramente racional. Sou emocional, como todo e qualquer bicho desta humana espécie à qual pertenço. Deleito-me e sofro com minhas emoções, mas já aprendi que, para resolvermos nossos problemas não adianta tomarmos decisões emocionais, é necessário ser racional, principalmente bnaqueles momentos em que isto é mais difícil. Seja o problema da escuridão, seja o da criminalidade, a questão que se impõe é a mesma: bradar contra a escuridão ou apertar o interruptor?

Parece uma escolha, mas não é, porque uma das respostas não é solução.

E já que você não disse o nome, mas disse a formação, digo a minha: sou engenheiro de computação, casado com uma psicóloga mestre em filosofia (sim, isto faz parte da minha formação).

Elton disse...

Acrescento:
Loïc Wacquant cita, em "As Prisões da Miséria", estudos realizados em 40 diferentes países que concluíram não haver qualquer relação entre o grau de encarceramento e o nível de criminalidade, ou seja, a sua afirmação de que "cadeia é o único instrumento efetivo de combate ao crime" carece de substância material, é puro achismo.


Por fim, agradeço o elogio de que a racionalidade é uma invenção da esquerda, mas não é verdade.

Elton disse...

Mais:
Sobre o caso da desigualdade social e o exemplo indiano, veja a notícia reproduzida nesta postagem no blog do Hermenauta, sobre outro assunto. Atenção aos negritos.

Anônimo disse...

Não acredito que há nesse mundo de deus gente tão tapada a ponto de confundir pesquisa científica e invenção tecnológica com política e ética.
A razão matemática e a experimentação servem as primeiras, contudo, em política, ética ou direito sabemos que isso não é verdade, até porque impossível: não dá pra fazer experimentos com uma sociedade do mesmo jeito que se faz com átomos ou substâncias químicas.
E sobre o exemplo indiano, não precisa ir tão longe.
O Brasil até pouco tempo atrás era um país bastante seguro, mesmo que houvesse desigualdade social, desigualdade essa até maior--ora, já houve escravidão por essas bandas, mas o país era, sim, seguro.
Somente com o esquerdismo foi que as coisas degringolaram. Lembro, para fechar, Paulo Francis: O Brasil é o único país ainda hoje que leva o comunismo e todas suas conseqüências a sério. Pobre de nós.
É isso aí, se quiserem defender seus bandidos, que defendam! Vão às cadeias, às favelas comprar o fumo de vocês, financiem o tráfico, defendam mesmo os assassinos, os estupradores e corruptos. Virem legisladores e tentem abolir a pena de prisão. Dêem psicólogos, bostólogos e o diabo a quatro pra esses merdas, mas do jeito que as coisas estão indo, teremos de importar bestólogos para tratar de nossos criminosos.
Viva a impunidade!

Anônimo disse...

Ah, e sobre essa coisa de interruptor: O que faz quando vê um bandido apontando uma arma pra vc? O que faz quando há um tiroteio perto de sua casa? Vai atrás do bandido e usa sua psicologia de araque? Ou chama a violência estatal, mais conhecida como polícia. Talvez seja melhor mesmo trocar nossa polícia por psicólogos prontos a convencer a bandidagem a parar com a vida do crime.
Sabia que favelados honestos deste país convivem diariamente com isso? Com tiroteios? Com uma nefanda opressão da parte do crime organizado? Sabia?
Talvez vc, alma nobilíssima, saiba como sua psicologia de araque possa convencer o delinqüente a deixar de cometer o assalto, deixar de matar, deixar de oprimir o povo pobre da favela.
Vamos, desafio você a me explicar como poderia a psicologia, ou qualquer outra merdologia dos débeis mentais fumadores de maconha de ciências humanas, ajudar a convencer Fernandinho Beira-Mar e Cia. Lmtd. a para de delinquir.

Elton disse...

E de onde você tirou que criminalidade é um problema ético ou político????!!!!

É um problema concreto, com causas concretas e que só será resolvido adotando-se uma abordagem científica.

Você é tão obtuso que não percebe que o que está propondo como tratamento da criminalidade é a única coisa que nossa sociedade faz em relação a ele! Em SP os presídios incham com 800 novos presos ao mês!!! Em 1992 a PM de São Paulo matou 1470 civis!!! É um quarto das mortes violentas!!! Recorde absoluto nas américas (números da Human Rights Watch e de Paul Chevigny). E ai: a sua família está mais segura por causa disso? Não é a extrema burrice arriscar a própria família por causa da defesa de um ponto de vista ideológico? Por causa de um moralismo pretensamente ético.
E não venha tentar jogar a discussão para um simplismo preto no branco, o mundo é cinza meu caro, é você que não está enxergando as sutilezas.

Ninguém disse para escancarar as portas das cadeias, o que eu disse é sobre pena, sobre fazê-lo pela punição, ou seja, com o fim único de infligir sofrimento a quem agiu mal, sem que isto resulte em qualquer benefício para ninguém, nem para nós. O melhor seria pegar este criminoso, afastá-lo da sociedade para não fazer mal a ninguém, fazer um trabalho multidisciplinar com ele para:
- entender o que há com ele e com o ambiente social em que ele vive que fez com que ele se tornasse um criminoso;
- trabalhar com esta pessoa para tentar arranjar meios de evitar que ela cometa mais crimes;
- usar todo este conhecimento adquirido para descobrir meios de se atuar na sociedade para tentar prevenir que as pessoas se tornem criminosas.

Mas entendi muito bem - melhor talvez que você mesmo - o que você pensa, ao ler o que escreveu sobre o período da escravidão. Era seguro, né!? Com os negros trabalhadores acorrentados, sofrendo toda sorte de violência e podendo até ser mortos sem problemas. Assim eles eram controlados e os brancos "bonzinhos" e "de bem" podiam passear "seguros". Se o modelo servia para controlar os escravos naquela época deve servir para controlar os refratários da sociedade capitalista.

Löic Wacquant, escreveu:

"Essa violência policial inscreve-se em uma tradição nacional multissecular de controle dos miseráveis pela força, tradição oriunda da escravidão e dos conflitos agrários, que se viu fortalecida por duas décadas de ditadura militar, quando a luta contra a "subversão interna" se disfarçou em repreensão aos delinqüentes. Ela apóia-se numa concepção hierárquica e paternalista da cidadania, fundada na oposição cultural entre
feras e doutores, os "selvagens" e os "cultos", que tende a assimilar marginais, trabalhadores e criminosos, de modo que a manutenção da ordem de classe e a manutenção da ordem pública se confundem"

Sentiu-se desnudado?

Por fim: tapado é o seu rabo. Venha aqui debater conosco e seja bem vindo. MAS não venha aqui na minha casa me xingar, que isto eu não aceito.

Os próximos comentários que eu perceber que serem seus, serão removidos. Se precisa de um mictório para despejar suas excrescências vá ao blog do Reinaldo Azevedo que ele gosta deste baixo nível, tão típico desta direita atual vulgar.

Estamos entendidos?

Bruno disse...

Quer dizer que é impossível utilizar exemplos (hipóteses) para abraçar ou rejeitar idéias no campo político, ético e legislativo? Mas vc fez isto para fundamentar sua tese:
Basta ver o exemplo da Índia, país tão ou mais desigual que o nosso e com baixíssimos índices de criminalidade.
Então Elton rebateu com o post do Hermenauta, que tomarei a liberdade de colar um trecho aqui:
"In India, “growth” has been restricted to a relatively narrow band of industries, like high tech. In the countryside, where 75% of the population lives, living conditions have worsened. A World Bank study in 2004 found that while the number of Indian millionaires rose so did the number of poor. According to a UN Development Report, inequality in India has grown faster in the last 15 years than in the last 50 years. The Report also found that rural poverty alleviation schemes generally ended up being used in the interests of the wealthy."
Aumento da desigualdade com um
Aumento de criminalidade na índia.

Com a análise de dados, algo racional, podemos chegar a conclusões. A ciência política pode não se mostrar tão exata quanto a matemática, porém ainda se baseia na razão. Por motivos racionais repudiamos ditaduras, tanto de esquerda quanto direita. Com base em experimentos no mundo real, constatamos que não é bom ter governantes por muito tempo no poder... puramente racional.
Cite Paulo Francis, mas ninguém aqui falou em comunismo.
No Brasil a desigualdade e educação só estão melhorando nos últimos anos, sendo que seus números ainda não podem ser sentidos no índice de criminalidade. Que processo desenvolvido por esquerdistas ocasionou a favelização? Como vc mesmo citou os crimes estão principalmente localizados nas favelas. Favelização, desigualdade social e má educação surgiram após 2002? Digamos que criminosos se concentram na faixa dos 16 aos 30 anos, portanto uma crescente má educação e favelização entre 1977 e 1991 seriam os responsáveis por crimes de hoje. Que esquerdistas governavam nesta época?
Concordo que nem todos os criminosos tem uma origem em fatores sociais, creio que em parte podemos explicar genéticamente. Um baixo controle emocional por exemplo, alguém capaz de desobedecer leis não cumprindo com seus deveres de bom cidadão e agindo irracionalmente em um momento de fortes emoções... algo como:
Juro que se tivesse oportunidade eliminaria sem pestanejar tal excremento.
Cite outras possíveis motivações de crime que não se incluam em fatores genéticos ou sociais. E por favor, se não tiver argumentos extremamente fortes para dizer que os fatores biológicos não podem ser resolvidos com ciência nem me faça perder tempo lendo.
Sobre a analogia do interruptor, vamos as suas perguntas:
Obedeceria as ordens do cara que me aponta a arma. Sei que esta é a maneira mais racional de se portar para não morrer. Se o intuito fosse de me matar, tentaria argumentar.
Creio que na maioria dos casos eu chamaria a polícia se houvesse um tiroteio.
Mas e se perguntassemos a Thomas Edson o que ele faz quando fica escuro? Ele acendia algum tipo de fogo, mas não se contentava com a solução que tinha. Portanto batalhou por uma solução melhor, que não era simplesmente mais fogo.
Ou seja, minha resposta para ambas incluiria no final: e tentaria procurar soluções para nunca mais ter que passar pela mesma situação.
Veja que promomos alternativas que seriam implantadas gradualmente, não acabando de imediato, e talvez nunca, com aparato policial ou carcerário. Portanto continuariamos chamando a polícia por um bom tempo.
Gostaria que vc respondesse a sua primeira pergunta, o que vc faria? Uma prisão de cidadão? Argumentaria que as leis estavam mais rigidas e ele seria punido exemplarmente?
A sua solução já foi adotada em países como os EUA e não impediu que pessoas tivessem armas apontadas para sua cara. Portanto peço que responda a sua primeira pergunta e mais esta:
Existe uma doença que pode levar a morte, vc prefere se vacinar ou tentar se medicar se ela surgir?
Um Fernandinho Beira-Mar pode não ser possível corrigir agora, mas deixe ele comigo aos 8 anos de idade e lhe devolverei um homem digno.
A título de curiosidade sou formado em Engenharia de Computação, e não estou na sua preconceituosa lista de maconheiros.
Para finalizar, a própria discussão de idéias é um processo racional e só pode ser pautado pela razão.

Anônimo disse...

Escreveram, escreveram e nada disseram. Nada além do palavrório esquerdista que infelizmente nos dias de hoje professores de história ensina para criancinhas indefesas desde o primário.
Em relação ao insulto, realmente peguei pesado, não devia tê-lo feito e peço desculpas.
Mas continuo pensando que criminalidade é, sim, um problema ético, moral.
Para vocês é uma questão de engenharia social, coisa que acho absurda por impossível -megalomania que leva a todo tipo de autoritarismo, de esquerdistas ou nazistas.
Também, a criminalidade não é um problema médico, não é o caso de trocarmos cadeias por manicômios, até porque manicômios têm uma história muito mais terrível que a prisão. Leia Foucault, que é um autor de que não gosto, mas que o refuta dentro de seu próprio círculo de idéias esquerdistas.
Acho também que você foi injusto comigo: não sou a favor da escravidão, nem penso que apenas pobres comentem crime, pelo contrário, várias vezes citei os políticos como exemplo de delinqüência que nada tem que ver com questões de "injustiças sociais" (seja lá o que isso for).
Digo até que quem mais sofre com a impunidade por que passamos é a população pobre, obrigada a conviver com gente violentíssima, opressores da pior espécie.
Seja como for, acredito que o ponto de nossa discordância reside num fato: você parte de um ponto de vista ingênuo que acha que o ser humano é bom por natureza, que tudo que faz de ruim é um desvio que pode ser com os métodos certos corrigido.
Quais métodos seriam esses? Vocês não se entendem.
Vocês escreveram, escreveram, mas não disseram sobre como seria essa psicologia mágica de curar bandidos.
Vamos, desafio vocês a me descrever de forma pormenorizada os passos que se deve seguir para curar um bandido.
Deixem de ser ingênuos, o ser humano não é bom nem mau, é livre, e essa liberade é que o torna mal ou bom.
P.S.: Mais uma vez desejo me desculpar pelo "tapado". De verdade, sei que não é o caso. Vocês podem estar equivocados, mas de jeito nenhum pareceram burros. Quando comecei a postar aqui, pensei que seria ou ignorado ou rechaçado violentamenta, mas encontrei diálogo sério e sadio. Esse assunto me tira às vezes do sério.
Mas valeu aí, rapaziada.

Bruno disse...

Concordo que o ponto de discordância está no que leva um sujeito a praticar crimes, portanto é mais importante focar nisto. Se não houver ao menos certo entendimento nestes fatores é impossível discutir qualquer método.
Muito ingênuo de sua parte é atribuir a mim coisas que não disse, simplesmente porque julga que todos com idéias de esquerda pensem assim. Isto é preconceito, e ingenuidade de achar que o mundo divide-se em preto e branco quando na verdade tudo varia muito em uma escala de cinza, como bem disse o colega Elton. Não defendo a idéia de que os homens nasçam bons por natureza, e não disse isto em nenhum momento. Discorrerei sobre o que acho quanto a isto, já fiz no comentário anterior mas de maneira bastante resumida.

Não discordo de vc quando diz que crimes são praticados por desvios éticos e morais em um individuo. Mas quero ir um pouco além e identificar o que gera tais desvios, qual a diferença entre dois seres humanos para que um sofra esses desvios e outro não. Posso apontar duas classes de motivos:
1 - Origem
2 - Meio

Quanto a Origem só posso apontar a formação física do individuo, principalmente do cérebro, toda definida em seu código genético. O DNA nunca determinará de imediato se um sujeito é mal ou bom, apenas um grau de predisposição, uma chance percentual de ocorrência de uma fator, que por sua vez se manifesta em diferentes graus. Enfim, nada preto ou branco mas dentro de uma escala cinza.
Certas pessoas terão uma inclinação maior para a violência, desequilíbrio emocional, inveja, cobiça e qualquer outro motivo para crimes. Desistimos ou prosseguimos com uma ação criminosa conforme a competição de tais fatores com nossas noções ético-morais. Quanto mais fortes forem estas últimas mais resistiremos à predisposição genética.

Quanto ao meio já existe uma gama maior de fatores. O primeiro começa enquanto ainda somos um feto, a formação do cérebro é afetada pelo meio. Uma mãe que não se alimenta corretamente, fuma, bebe ou usa remédios tarja preta pode ocasionar má-formação do feto, aumentando a predisposição para os fatores criminais anteriormente citados. E quais mães terão mais chances de se dedicar a tais vícios? Aquelas com menor instrução, o que está diretamente relacionado com o baixo nível de renda.
O meio também é o que mais contribui para o fortalecimento dos valores ético-morais, aqueles que se contrapõe a predisposição ao crime. O convívio com outros seres faz com que copiemos certas atitudes, se são seres éticos tenderemos por uma ética forte. Este convívio é muito importante durante o processo de educação quando estamos mais abertos a idéias, mas não exclusivo desta fase. Políticos são casos notórios que convivem em um meio de baixo nível ético-moral e tendem a copiar este comportamento.

A idéia básica é que um único fator não torna alguém um criminoso, é a ocorrência simultânea de vários elementos. A conjugação de predisposições genéticas com o meio. Se discorda dos elementos apresentados, tem algum que não pode ser incluído nas categorias Origem ou Meio, discorda que a origem esteja no DNA, então apresente argumentos lógicos. Não me venha com esta de que nada foi dito, apenas baboseira esquerdista. Tente me convencer de que estou errado com razão e não preconceito.

ps. Toquei no assunto genética, mas nem tente insinuar que estou propondo um genocídio baseado em características genéticas. Nunca vou defender algo deste tipo. Por motivos de espaço e concisão deixo para um próximo comentário o que se pode fazer quanto aos fatores genéticos mantendo a ética.

Anônimo disse...

Em relação às causas da violência que você citou, mesmo que sejam hipóteses bastante fortes, a meu ver, até o atual estado da arte não passam de suposições pré-científicas.
Não conheço nenhum resultado conclusivo em Genética dando dignidade científica à tese de que certas pessoas nasçam predispostas à violência. Até acredito que isso seja algo bastante provável, mas por enquanto está ainda no ar.
Outrossim, a hipótese do meio determinante, note que disse hipótese, a meu sentir, seria bastante plausível se se considerar que o meio pode gerar tendências gerais de comportamento, tanto relativas ao nosso lado “animal” (quem vive em um ambiente de extrema carência alimentar, tende por pura necessidade a fazer o que seja para se saciar), quanto relativas ao nosso lado “social” (a convivência num meio tolerante com o crime, faz com que o convivente tenda a não criar travas sociais a certos comportamentos, caso do nosso meio político e de favelas).
Morei muito tempo em um bairro de uma grande cidade brasileira onde havia, muito próximo, uma grande favela. Tinha amigos moradores desse lugar que me diziam que o que faz um jovem entrar para a “guerra” (tráfico) é o status que adquire. Não é fome, não é o baixo grau de instrução formal, a ausência de saneamento básico, não são os pais alcoólatras, a família degradada, etc. etc. , é a posição que o indivíduo angaria perante a comunidade, de modo que é mais respeitado, e, principalmente, come mais meninas. Se você chegar pra um desses bandidos, propondo lhe dar saneamento básico, escola de qualidade, para que possa se formar e com trabalho duro e paciência vir a galgar melhores posições na sociedade, com certeza absoluta vai ele repelir tal oferta. É a cultura do aqui e agora. E Brasília não deve diferir muito disso, não. (Por favor, não me venha com a baboseira de que isso é “culpa do capitalismo”.)
Pois penso que a única forma de combater tal cultura viciada é valorizando o que lhe é contrário. E não há outra forma de valorizar algo senão premiando aqueles que agem de acordo e punindo com o necessário rigor quem não se adequa.
Não postulo algo que acabaria em definitivo com o crime, não é isso. O crime, infelizmente, continuará existindo enquanto houver qualquer sociedade humana.
Não proponho acabar com o crime, porque acho megalomania pura e simples qualquer projeto nesse sentido. Sou cético em relação a eficácia de “engenharias”, sociais ou genéticas, no combate à criminalidade. Isso não existe! Pode até ser que venha a existir, mas por enquanto não.
Duvido também de uma vertente da psicologia que tenta tratar o crime como se fosse um problema médico, pois fundada na hipótese metafísica da bondade do ser humano. Essa pseudociência forja, com maior ou menor explicitação, um ideal de ser humano e postula que qualquer desvio deva ser “curado”. Como você deve saber, nosso Machado de Assis tratou de forma primorosa essa crítica.
Se é verdade que o Direito não se confunde com a Moral, porque dotado do poder coercivo do Estado, por outro lado, nenhuma norma jurídica, porque derivada de uma opção ético-político-valorativa, é completamente livre de uma carga valorativa, do ponto de vista político, moral e ético, de modo que penas brandas para uma conduta socialmente danosa leva inevitavelmente ao caos que vivemos atualmente.
A punição é antes de tudo fruto de uma valoração ética que uma determinada sociedade faz em determinado tempo. Não pode ela ser rechaçada, como querem os esquerdistóides, sob o argumento de que o crime é um problema médico ou fruto da “desigualdade social”, e que a finalidade da pena é a reinserção social. Isso é falacioso e ilusório, porque nada mais social que o criminoso—o crime não é algo anti-social, é algo intrínseco a toda e qualquer sociedade, e o criminoso não é um ser anti-social que precisa aprender a viver em sociedade. O crime e o criminoso são tão sociais como quaisquer outros fenômenos tal qual o casamento (no sentido de união entre indivíduos com fins afetivo-sexuais), o trabalho etc.
Um exemplo que ilustra muito bem o que estou falando, foi quando você ameaçou tirar minhas postagens quando lhe chamei de “tapado”. De certa forma, sua repreensão foi como uma punição a meu comportamento, isto é, você (com razão) desvalorizou minha atitude, punindo-a. E é assim que deveria ser, amigo.
Mas lamentavelmente isso não se dá no Brasil, onde bandidos pobres são tratados como coitadinhos, vítimas, mesmo que tenham esquartejado, estuprado, ou decapitado semelhantes seus, e bandidos ricos são alvos de invejas, de admiração e conivência. Aí o problema todo.

Bruno disse...

Quanto ao exemplo dado, dos garotos que ingressam no tráfico, concordo que é uma busca por status e dinheiro para comer mais mulheres, mas isto está totalmente ligado a meio. Todo mundo busca status e dinheiro, para comer mais mulheres e propagar os genes. No caso de meninos nas favelas, o tráfico é o único meio visível de obter esta ascensão social. A única figura que conhecem que passou de um favelado miserável para alguém com dinheiro e status é o traficante. Isto é fruto de uma sociedade com baixa mobilidade entre classes.

Garotos de classe média que partem para o tráfico são exceção, seu contato com pessoas que obtiveram sucesso é muito maior, portanto visualizam outro caminho.

E se membros da favela que tiveram sucesso na vida visitassem as escolas e mostrassem o seu exemplo de vida? Acha que seria totalmente inútil? E se cada um destes meninos conhecesse uma pessoa que saiu da pobreza para uma classe média de maneira legal? Acha que isto não mudaria a opção pelo tráfico para nenhum deles?

Também de que adianta a existência das prisões se a vida nas favelas pode ser muito pior. A verdade é que estes jovens tem muito pouco, ou nada a perder. Qualquer punição não os impede de cometer crimes, o cotidiano já consiste em uma punição.

De algo que eles não queiram perder. Famílias estruturadas, educação, lazer. Quando se tem uma vida decente, mesmo a possibilidade de um único ano na cadeia já é suficiente para desencorajar um crime.

Concordo que a curto e médio prazo não há meios de acabar de vez com a violência. Mas podemos testar outras medidas para reduzi-lo sensivelmente.

Citou o exemplo da ameaça de censura por causa do "tapado", foi necessária a aplicação de punição? Apenas a possibilidade de uma punição muito branda fez com que vc se retratasse, isto por que também demonstramos que este é um ambiente de troca sadia de idéias e não uma simples gritaria desmiolada como ocorre em outros blogs. Vc tinha algo interessante a perder.

Elton disse...

Sobre a "busca por status e dinheiro para comer mais mulheres", cito, novamente, Loïc Wacquant:
"A difusão das armas de fogo e o desenvolvimento fulminante de uma economia estruturada da droga ligada ao tráfico internacional, que mistura o crime organizado e a polícia, acabaram por propagar o crime e o medo do crime por toda a parte no espaço público.
Na ausência de qualquer rede de proteção social, é certo que a juventude dos bairros populares esmagados pelo peso do desemprego e do subemprego crônicos continuará a buscar no "capitalismo de pilhagem" da rua (como diria Max Weber) os meios de sobreviver e realizar os valores do código de honra masculino, já que não consegue escapar da miséria no cotidiano. Ocrescimento espetacular da repressão policial nesses últimos anos permaneceu sem efeito, poisa repressão não tem influência alguma sobre os motores dessa criminalidade que visa criaruma economia pela predação ali onde a economia oficial não existe ou não existe mais.
"

Anônimo disse...

elton seguindo a sua filosofia,pega o champinha e o batore e de um bom emprego de servidor publico que ele trabalhe de segunda a sexta cumprindo todos oo horarios normais de emprego e ainda um acompanhamento piscologico!! eu apostudo tudo que vc quizer que ele nunca vão mudar nunca nunca pois pesssoas dessa natura tem mais e que apodreser na cadeia!!!

Elton disse...

Anônimo,
eu topo a aposta. Como nós vamos executá-la, seguindo o coelhinho branco ou a estrada de tijolos amarelos?

Anônimo disse...

Esta é uma temática complexa de se entender as razões que levam um indíviduo a matar,roubar,traficar entre outros tantos delitos...
...no entanto é muito mais fácil entender que a criminalidade que assola nosso país tem nuances muito mais marcantes de insuficiência moral ou completa ausência da mesma na formação do hoje já criminosos.Não falemos demagógicamente que cada bandidinho solto ou mesmo preso, é uma vítima substancial da sociedade que isso cheira a conversa de parente dos mesmos ou de algum cliente das bocas de fumos que estes anjinhos sustentam.Pura hipocrisia!
Bandidos existem sim porque foram aceitando coniventemente a deformação que muitas vezes a realidade social impõe, sem esforçar-se para resistir e mudar o seu destino, ou o que explicaria filhos de favelados que chegaram a faculdade e garotos de classe média-alta que incendeiam um índio ou espancam uma trabalhadora com a desculpa de que ela era prostituta?
Cabe aos pais relapsos a cosnciência de sua colaboração na construção de monstros como tantos que temos vistos por aí, sem ficar vomitando que a culpa da sociedade.E cabe a esta também a responsabilidade de cobrar políticas públicas altamente repressoras, que se não puderem garantir que você sai de casa tranquilo garantam a inibição desses marginais quanto a disposição para atuar.Cobremos escolas melhores e saúde publica sim, mas também a modernização dos presídios de segurança máxima e fortalecimento das polícias, além de parar com essa maravilhosa fábrica de "direitos dos manos" que acolhe assassinos e estupradores mas esquece as crianças do Jequitinhonha ou as da Amazônia que sequer um registro de nascimento possuem.
Basta!Chega de passar a mão na cabeça desse lixo com cara de caviar...