28 setembro 2006

Destruindo os mitos do voto em Lula

Em sua última edição a revista Carta Capital, traz a excelente matéria
Teses Equivocadas Sobre o Voto em Lula. Ótima para todos aqueles que acham que votam no Lula só pobres, burros e nordestinos. Deveriam distribuir alguns exemplares para certos grupos de mídia. Quem sabe aprendem a utilizar dados para fazer jornalismo e não para justificar preconceitos.

Infelizmente no site não é possível ver as estatísticas, disponíveis apenas na revista física. Segue um pequeno trecho:

Essa tese não se sustenta em nada de sólido. As evidências de que o Bolsa-Família “explica” o voto em Lula nas famílias beneficiárias, ao contrário, são muito frágeis. Para sustentar o argumento, seria necessário mostrar, por exemplo, que eleitores de famílias análogas, mas onde não há beneficiários, votam de maneira significativamente diferente, coisa que, até agora, não foi demonstrada com adequado rigor.

Se, no plano individual, a prova é, no mínimo, inconclusiva, no plano coletivo é menos ainda. Se fosse verdade que o programa tem esse tipo de impacto, seria razoável esperar que, em cidades onde a cobertura é maior, a propensão a votar em Lula aumentasse, seja por haver mais beneficiários diretos, seja por haver ganhos indiretos (no comércio, especialmente) que seus habitantes creditassem a ele.

Com base em pesquisas como as que fazemos, nós e os demais institutos, não se pode dizer isso, nem de longe. O que temos, quando classificamos os municípios incluídos em nossa amostra em categorias de cobertura, indo de “baixa”, “média”, “alta” a “muito alta”, é que todos os tipos de município tendem a votar de maneira semelhante. Ou seja, não há qualquer relação entre viver em municípios de “baixa” ou “muito alta” cobertura e votar ou não votar em Lula.

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