27 dezembro 2006

Nasce um imbecil por segundo...

Se existe alguma coisa que me irrita são estes caras que escrevem qualquer imbecilidade, como: "os pobre são privilegiados, a classe média é que é excluida", ou então que "o Bolsa Família faz as pessoas se acomodarem" (certamente, com uma bolsa que vai de R$15 a R$95, dependendo do número de filhos, é possível alguém se encostar, tsc.tsc)... Argumento de gente que conseguiu tudo muito fácil na vida e acha que pobre é pobre por ser vagabundo.

Me perdi: voltando ao raciocínio, os caras escrevem (mal escrito, aliás) qualquer calhordice destas e depois assinam, por exemplo, "Luis Fernando Veríssimo."

E outros imbecis, tão calhordas como o primeiro, reproduzem e dizem "concordo com o Veríssimo", e não percebem que o texto mal feito (às vezes escrito em miguches) não tem a menor possibilidade de ser de alguém que saiba escrever, como o Veríssimo (aliás, esta gente não sabe o que é um texto bem escrito, pois não tem o hábito da leitura - fora, é claro, O Código Da Vinci - e acusam o Lula e seus eleitores de serem ignorantes).

Aí o coitado do autor caluniado recebe um monte de e-mail de gente tonta, parabenizando-o pela imbecilidade e calhordice, e tem de ficar desmentindo: "não é meu, não é meu".

Uma vítima recente da calhorda acerebrada é o equilibrado Luís Nassif, o desmentido dele, é genial. Reproduzo-o, para ajudar a divulgá-lo:

Elite Privilegiada
Por Luís Nassif

Foi em novembro, enfim,
Pouco após as eleições
Que circulou um spam
Eivado de imperfeições
No começo, meio e fim.
Com dose de preconceito,
De arrogância e mal feito
Escrito sem muito jeito
Mas atribuído a mim.

Como a asa da graúna
Falava mal do nordeste
Terra de João Pernambuco
De Patativa do Agreste
Do choro que vem dos Turunas
Do frevo pernambucano
Do batuque afro-baiano
De Bomfim, o sergipano,
Dos sons do sertão e das dunas.

De quem era o palavreado?
Pus-me então a imaginar
Talvez o ectoplasma
De um rentista secular
Um dandy afrescalhado
Que nasceu escravocrata
Que abusava da mulata
Que gastou toda a prata
E terminou estropiado.

Ou então um senhor de engenho,
Sem fazenda e compostura
Guardando dos velhos tempos
A arrogância e a usura
E total falta de empenho
Para assuntos do trabalho,
Que sempre achou ato falho
Quem na vida dava o malho
Atrás da boa procura.

Lembrei do deslumbramento
Com que tratavam o Edemar
Sujeito esperto e tinhoso,
Um malandro secular.
De como era um tormento
Quando dava suas festanças
Ócio, deslumbre, gastança
Malandragem e lambança
De um tempo crepuscular.

A elite mega-store
Saia atrás do convite
Disputando a boca livre
Arroz de festa de extirpe
Como um penetra-mór
Edemar fez muito mais
Palácio nas marginais
Rei da elite, ex do cais,
Soberano do “offshore”

A elite deu Edemar
E os esquemas da Daslu
O povo deu dona Ivone
Maxixe, choro e lundu
E o poder de sonhar
Com uma terra irmã
Sem essa febre malsã
Que corrói o amanhã
Desse elitismo sem par.

Mas a elite eficiente
Prescinde da arrogância
É o empresário e o empregado,
Que buscam a relevância
A melhora permanente
Programas de qualidade,
Eficiência, lealdade,
Trabalho e brasilidade
Olhando sempre em frente.

Por isso, aqui, nessa hora
Solicito ajuda vossa
Para que espalhe o poema
Esclarecendo a quem possa
Que esse spam é uma desforra
Escrito baixo, rasteiro,
De quem não é brasileiro,
E passa o ano inteiro,
Querendo sempre ir à forra.

Por certo é leitor de “Veja”,
Um viúvo da Daslu,
Que arrota camembert
Depois de comer angu.
E que o bom Deus o proteja
Pois sendo tão recalcado
Só consegue andar de lado
Falando mal do empregado
Por mesquinho que isso seja.
PS: Eu sei que eu escrevo mal. Mas eu assino meu nome.


3 comentários:

Bruno disse...

No mundo existem mais pessoas ignorantes, imbecis ou sensatas?
A maioria é composta de ignorantes, mas estes tem uma predisposição maior para a imbecilidade ou sensatez?
Ou a imbecilidade também é uma forma de ignorância?

O sujeito que escreve o texto é um imbecil. Tem algum conhecimento, ao menos de que nome usar para assinar. Normalmente uma posição bem definida, escrota mas bem definida.

Quem repassa um texto destes normalmente é um ignorante. Não é capaz de perceber que se trata de uma fraude. São os mesmos que repassam correntes e acreditam em qualquer coisa desde que esteja escrita em um jornal, blog ou papel de pão.

É possível transformar a maioria ignorante em pessoas sensatas? Basta educação para isto?

Elton disse...

Alguns tipos de ignorância me parecem ser bastante voluntárias. O cara repassa um e-mail assinado pelo Nassif, e nem ao menos procura no Google para saber quem é "o tal" Nassif. Se tivesse procurado encontraria o blog dele e descobriria que não existe a menor possibilidade do famigerado e-mail elitista ser dele.

Outra coisa, não sei se por "imbecilidade" eu entendo o mesmo que por "burrice". O Sujeito, por exemplo, escreve bem, articula suas idéias de uma maneira acima da média, mas coloca a sua inteligência a serviço da burrice. É, portando, um imbecil.

Me avisa se você não receber este comentário pelo seu e-mail do UOL.

Bruno disse...

Tens que concordar que é muito mais fácil repassar uma mensagem do que apurar a sua veracidade. Fazemos algo muito semelhante diariamente, repassando coisas que ouvimos sem constata-las em fonte confiável. Procuramos validar qualquer informação com base no conhecimento e credibilidade da fonte. Supondo a ignorância no assunto, resta a credibilidade.

Imperdoável é ter o mesmo comportamento com mensagens eletrônicas, quando temos toda a internet disponível para verificar uma informação. Como vc diz, o computador é uma extensão do nosso conhecimento, se ele sabe eu também sei.

No caso o sujeito opta por permanecer ignorante ou desconhece fontes de informação, apesar de que é preferivel não ter internet se vc não sabe usar o google. Talvez por preguiça ou credulidade repassem a mensagem.

Outros repassadores o fazem mesmo sabendo tratar-se de fraude, igualando-se ao imbecil original.

Quanto ao termo imbecil:
Acepções
■ adjetivo e substantivo de dois gêneros
1 que ou aquele que denota inteligência curta ou possui pouco juízo; idiota, tolo
2 Diacronismo: obsoleto.
que ou aquele que é fraco, sem forças
3 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: obsoleto.
que ou quem não tem coragem; covarde, pusilânime
4 Rubrica: psiquiatria.
que ou quem apresenta retardo mental moderado (imbecilidade)
■ adjetivo de dois gêneros
5 relativo a ou próprio de imbecil

O sujeito em questão não tem inteligência curta, o resto... portanto o termo se aplica bem.

O ato cometido é crime, errado aos olhos da justiça. Também é uma atitude reprovável por qualquer código de ética ou moral que posso imaginar.

Voltando um pouco ao ignorante que repassa a mensagem. Ele repassaria se não tivesse o nome do Luis Nassif? Provavelmente sim, pois concordou com a idéia e não deve ter a menor idéia de quem seja o Nassif.

Enfim, um imbecil. Pratica um ato reprovável e ilicito que não tem a minima eficacia. Serve apenas para denegrir o nome utilizado na assinatura.

Recebi a mensagem no UOL. Se estas discussões por comentários ficarem interessantes podemos resumi-las e publicar na capa do blog.

[]s