29 janeiro 2007

Crescimento econômico é a solução?

A revista Carta Capital desta semana traz a notícia A velocidade da lesma que trata do PAC, desaceleração da queda na taxa de juros e os reflexos na economia. Destaco o seguinte trecho da matéria (grifo meu):
No mundo, o desemprego também aumentou, como mostra o recém-divulgado relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o levantamento, 195,2 milhões de pessoas estavam fora do mercado profissional em 2006 – o resultado mais elevado da série iniciada na década de 90. Outra informação importante da entidade refere-se à inversão na relação entre trabalhadores do campo e no setor de serviços. Os que se dedicam à agricultura passaram a ser minoria.

A OIT mostra ainda que, sem uma expansão apropriada da economia, não é possível melhorar a renda das pessoas. O aumento do PIB mundial não foi suficiente para tirar da pobreza 1,37 bilhão de trabalhadores (47,4% do total), que são mal remunerados. São pessoas que ganham menos de 2 dólares por dia. Os dados são preocupantes ao revelarem que um PIB maior não tem sido suficiente para gerar mais postos de trabalho e melhorar a remuneração. Ou seja, é uma tragédia que já atinge muita gente e faz vítimas também no Brasil.

Interessante analisar este trecho quando tanto se critica o baixo crescimento do PIB brasileiro. A economia mundial segue em expansão, mas isto não é suficiente para gerar empregos e aumentar a renda dos trabalhadores. Aqui ainda querem nos enfiar goela abaixo a idéia de que basta crescer para acabar com a pobreza.

O bolo já é grande o suficiente, mas ninguém aceita dividi-lo. Enquanto milhares morrem de fome, alguns poucos desfilam em seus Porsche Cayenne. Crescer para produzir mais bens totalmente inúteis apenas para justificar a constante busca por dinheiro. Basta redirecionar os esforços produtivos, consumir o necessário de maneira racional.

Mesmo com o crescimento considerado pífio as boas políticas sociais do governo Lula foram capazes de reduzir as desigualdades. Um esforço global neste sentido poderia reduzir as diferenças entre 1º e 3º mundo, extinguir a fome, suprir as necessidades básicas de todos os seres humanos. Mas enquanto alguns consideram mais importante ter um Porsche do que alimentar seu vizinho nada poderá ser feito.

Um comentário:

Pérsio disse...

É Brunão.

Ainda é mais satisfatório para o indivíduo, devido ao consumismo imposto pelo capitalismo, desfilar com seu Porsche do que alimentar um vizinho.

Mas creio que com as políticas de Lula, Hugo Chávez e outros presidentes, essa situação mude.

Abraços.